quarta-feira, 5 de março de 2008

Filosofismos do cotidiano

BACHELARD ENCONTRA SABOTAGE

Conseguiria o filósofo fenomenólogo Bachelard resgatar o acolhimento originário da figura da casa como primeira morada do ser, se estivesse esse filósofo habituado à vida cotidiana da favela?

Poderiam os corredores e escadas da casa ser comparados às 'biqueiras' e vielas? Na favela ninguém vive num barraco, vive-se na comunidade. O barraco não pode ser lido como 'casa', talvez apenas como aposento, talvez apenas como porão. A casa/comunidade é um local de acolhimento-no-mundo, intimidade pública. E o barraco/porão não responde à necessidade de acolhimento do ser, pois na escuridão a polícia vive chutando a sua porta.
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Já escrevi sobre o provável choque de Heidegger perante a internet. E depois li no caderno Mais! Da Folha, alguns trechos de ensaios do Timothy Leary, o guru do LSD nos anos 60 que caiu no "espaço ciberal" nos anos 80 e 90. O computador é o novo LSD que permite uma reconfiguração/reordenação da experiência vivida e ainda abre canais realmente originais para a expressão artística e para o exercício de novas imagens poéticas. E o que eu não li, mas bem que deve ter passado pela cabeça dele, é que tanto o LSD quanto o computador podem "dar pau" e te jogar numa puta bad trip.

2 comentários:

Anônimo disse...

hahahaha
amei, ambos.muito mesmo

Anônimo disse...

bela breve análise, Artur. Nunca havia pensado neste seqüência degradante da favela (casa, aposento, porão). Só sabemos que ela está lá e que aquilo pouco se aproxima da nossa realidade. Abraços