sexta-feira, 18 de abril de 2008

Na academia de judô, ele não se destacava como atleta, mas tinha um papo diferenciado. Eram todos bons amigos, algo como uma irmandade de lutadores, mais qeu isso. Crianças, jovens e adultos conviviam nos mesmos espaços e cumpriam as mesmas rotinas. Mas era rara a presença de garotas da idade dele, ou mais velhas.

Ele estava na faculdade, falava de filosofia e psicologia, enquanto a maioria dos companheiros falava sobre engenharia e finanças. Por mais de uma vez, mulheres se aproximavam para perguntar sobre Jung, a grandeza do universo, o sentido para além dos corpos celestes...

A vida passa rápido e ele, um lutador que conquistou a faixa preta, abandona a rotina de treinos e torneios para se dedicar à vida acadêmica. Rapidamente vai perdendo contato com os antigos "irmãos" e quando reencontrava alguém era por mero acaso, em festas improváveis. Numa dessas, reencontrou uma colega de treinos, com a qual nunca tivera muito contato. Estavam em um centro cultural mambembe, onde uma banda tocava forró e ska ao mesmo tempo.

Eles conversaram e os seus olhos começaram a brilhar. Ela esperava a ligação de outro homem, com quem mantinha alguma relação. Em certo momento da noite, ela já sabia onde encontraria o seu "ficante", mas foi estendendo a noite ao lado do antigo colega. Quando os músicos da banda subiram para fazer uma jam mais descontraída no andar de cima do local, o guitarrista, um antigo caso seu, logo a convidou para subir junto com eles. Ela se enfiou entre eles e virando o rosto, disse:

Vou subir com eles, vamos?

Sim, claro que ele foi. E lá em cima, ela que antes olhava para o guitarrista, logo foi se acomodando ao lado do antigo-novo-quase-amigo. Por mero acaso, no andar de cima, onde estavam agora, tinha uma sala com o piso todo de tatames de palha. Tiraram os tênis e ficaram por lá, sentados no chão, continuaram conversando. Os seus pés começam a se procurar então. O movimento partiu dele. Totalmente a vontade, bêbado ao lado daquele mulherão cobiçado por todos, começou a conquistá-la pelos pés. Os seus acariciavam os dela e assim ela foi se acomodando ao corpo dele. Ambos tinham porte de lutadores, altos e imponentes.

Quando os seus pés já estavam bastante enamorados, ele rolou por cima dela e se beijaram. Esse seria só o primeiro capítulo da história de amor entre os seus pés. Sempre que brigavam, eram os pés dele que buscavam se conciliar com os dela (e só por conseqüência, com ela toda). Massagens nos pés ganharam um significado todo particular. E não por acaso, quando passaram por uma crise na relação, ela voltou mancando com fortes dores no pé. Levou um tempo até que ela deixasse de sofrer a dor do ligamento rompido que no caso deles, era a dor de um coração partido.

8 comentários:

Anônimo disse...

É um auto-relato?

Hum.... tenho um monte assim!

A Hipotenusa agora é Fêmea!

Beijocas e saudade

Anônimo disse...

rs.............. pé e vinho, né, nego? rsrsrs
ai, ai. maldita perseguição internáutica. rs;

Anônimo disse...

fale-me do template.

Anônimo disse...

Pé e vinho?

Anônimo disse...

Aham!

E porque é que você acha que o nosso blog se chama nudípedes, assim, sem pé?

Anônimo disse...

nossa, reli e achei a coisa mais linda do mundo. beijos em ti
saudades dos textos, saudades.

Gabriela Galvão disse...

Nossa, isso me lembrou uma coisa boa...

Eu observava os pés das pessoas sob as mesas.

mtas vezes duas pessoas estavam lado a lado sem se olhar, mas os pés, quase enroscados. No fim da noite, pode saber que ñ havia mais 'quase'...

(Pensei em fotografar isso, mas nunca o fiz.)

Abraços e beijinhos

Anônimo disse...

percebi que meu pé deixou de doer o tempo que estive contigo, vc me fazia flutuar....