sábado, 23 de fevereiro de 2008

DUAS DO CENTRO

Recuerdos do outro blog.
20 de novembro de 2003

Praça da República, hoje, 12:30. A Prefeitura organiza os eventos comemorativos do Dia da Consciência Negra. No palco, os técnicos de som testam o equipamento ao som de Marcelo D2 cantando: "Em busca da batida perfeita". Ao mesmo tempo alguns policiais correm atrás de 1 mendigo que estava notoriamente chapado e reaparecem todos juntos (mendigo chapado e policiais) em frente ao prédio da Secretaria da Educação, no quarteirão da praça. O tal mendigo estirado no chão, morto ou desacordado? Chapado ou já baleado? Niunguém sabe dizer... todos olham. Enquanto isso, a 5 metros do palco, 1 outro miserável puxa a sua carroça equipada c/ caixas de som e todos assistem à polícia tentando erguer o corpo do mendigo ao som de "Get up, stand up, don´t give up the fight". Essa foi foda de ver, e enquanto eu olhava p/ os policiais, vinha o som do palco, "A Procura da batida perfeita". Tragicamente poético.
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Acho que nesse post antigo, pela primeira vez eu falo de como a chuva me deixa mal humorado. E depois desse post, não parei mais de falar nisso, rs.

9/10/03

Dia de nuvens pesadas. Pessoas correndo nas ruas no fim de tarde. O céu parecia estar desabando antes das cinco da tarde. As pessoas pareciam nervosas, em pânico, fugindo de algo que as perseguia.

Desaba a chuva e eu, que não corri quenem um desesperado, fui atingido por várias pedras de granizo na esquina da Av. Ipiranga com a São Luis. Pela primeira vez em muito tempo não estressei com a chuva. Odeio essa água que faz a cidade parar. Se cai uma garoazinha merreca, a porra da cidade pára. Sempre pára.

Mas dessa vez quem parou fui eu. Parei numa esquina coberta e fiquei olhando para aqueles prédios no melhor pedaço do Centro revitalizado, pensei naqueles filmes do Wood Allen, aquela Nova York elegante, popular, mas classuda. Vi a chuva formando um véu sobre os prédios e na hora, sem saber o por quê, lembrei dos quadrinhos do Will Eisner. Depois, em casa, lembrei da capa de uma Graphic Novel dele, com um cara na chuva, ao lado de (ou talvez se dirigindo para) um desses edifícios bem tradicionais da Big Apple. O que me fez rir foi lembrar que o título da Graphic Novel é "No coração da tempestade".

Eu disse que dessa vez não estressei com a chuva. Não na hora. Mas depois eu não consegui mais me concentrar no resto do dia. Lia sem "escutar" o que lia, falava num tom nervoso com os meus amigos. Em casa, liguei o som para ouvir o Mano Brown. Liguei o computador mais tarde com isso na cabeça: "Mente tempestuosa".

5 comentários:

Anônimo disse...

e como não podia deixar de ser, a chuva te persegue. Será uma dádiva isso? da vida sempre te apresentar as cousas?
comentei pq vc disse que os interessados, as partes nunca comentam.
mesmo em partes, aí está.

Anônimo disse...

Prezado auto-referente,
Valeu pelos comentários (volu+haja), fico feliz que tenha curtido. Apareça sempre!

Unknown disse...

Puxa, eu gosto de chuva e muito. Me deixa feliz :)

Vc está melancólico em ter perdido o blog antigo? Renovação!

bj

Anônimo disse...

Eu sou pai curuja, quero proteger aqui as boas estorietas do passado. Valeu Thais!

Anônimo disse...

e aí? tá na hora de mexer. atualizações. please.