sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Filosofia alemã e comportamento americano

Publicado em novembro de 2003, é bem conveniente nessa época de eleições para a presidência do Império.

O que teria Heidegger a dizer do mundo de hoje? Se o "mundo da técnica" e da "cibernética" já o desanimavam tanto, o que ele pensaria da internet, computação gráfica, Playstaion2, etc e tal? Num primeiro momento, é fácil pensar que ele acharia tudo um imenso lixo que nos aprisiona no mais decadente modo de ser no mundo.

Mas eu não acredito que ele se limitaria a dizer isso. Na última quarta feira o Jorge Forbes (psicanalista ...) disse numa palestra que a palavra, enquanto forma de linguagem, não é mais suficiente para nomear e significar a nossa experiência de mundo. Enquanto psicanalista, é de se admirar um cara que assume a necessidade de um novo modo de compreensão, que ainda não está dado. Nossas teorias patologizantes são pouco eficazes. Mas Heidegger nunca se prendeu a teoria NENHUMA, sempre buscou o essencial ou transcendente do ser-no-mundo dado na dimensão do tempo.

E nesse momento, quem somos nós? Acho que somos aqueles que sabemos dizer muito bem até, quem sou EU, e só. Monólogos que se entrecruzam, buscando um sentido maior que nos oriente. É incrível a capacidade dos americanos nesse sentido, porque o presidente deles já definiu a linha de raciocínio estúpido que o gado deve seguir para alcançar o eldorado do Estado Absolutista Supremo e, dessa forma, para alcançar a segurança e confiança supremas numa razão incontestável. Todo americano deve saber dizer quem sou EU. E nada mais.

Nenhum comentário: