segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

BAILE DA SAUDADE

Minha linda,

quero que você saiba que desde que eu peguei a estrada para Ribeirão Preto, eu já sentia a sua falta. Reparei como me sinto diferente quando sou eu quem deixa a cidade, te deixando sabe-se lá por onde. Você fica faltando em mim, o seu cheiro falta na minha pele e essa falta aumenta muito na estrada, no aeroporto ou no lugar de destino, seja no interior do estado ou nas praias do nordeste.

Queria muito falar contigo de lá, principalmente no dia da festa, mas foi bem nesse momento que fiquei sem créditos no meu celular. Já notou como eu sempre perco de te dizer algo especial por falta de crédito? Li em algum lugar que cerca de 80% dos aparelhos celulares vendidos no país são pré-pagos. Por que então eu me sinto mal toda vez que busco essa aproximação e me é negado esse direito?

Eu fui registrando mil coisas que queria te contar, nem que fosse assim, por escrito e com mais calma, mas você bem sabe que a minha memória me prega peças o tempo todo, né? Tinha o nervosismo do noivo, o garçom que me privilegiava nas doses de uísque, as pessoas conhecidas do tempo da faculdade, a garota que xavecava 2 amigos ao mesmo tempo e tantas outras coisas que me faziam rir. E outras histórias, teve o pessoal do hotel, muitos chegando para a mesma festa, tinha o hotel em si que parecia um daqueles condomínios populares americanos em Las Vegas, ou em Miami, com 2 andares e uma longa extensão de dormitórios geminados.

E tinha ainda aquelas coisas mínimas que me faziam pensar em você o tempo todo. Como quando me vesti para a festa e me senti com ares de advogado, com aquela roupa que me incomoda, mas que eu tenho certeza que você aprovaria. Pensei nos seus olhos brilhando de animação, talvez depois você dirigiria olhares mais zelosos ao me ver entornando incontáveis doses de uísque ao longo da noite. E que não teria pena de mim quando eu contasse que perdi o óculos e algum dinheiro na festa, e então eu aceitaria que paguei o preço justo pelo tanto que me diverti.
Mas te escrevo mesmo, no final das contas, para que saiba que eu não te esqueço, que o seu sorriso sempre me traz de volta pra você (principalmente quando você sorri com os olhos) e que quando estamos juntos, não existe um dentro de mim ou um dentro de ti, o que existe somos nós no mundo, um "Eu e Tu" (muito cyber-sein?).

Beijos em você, minha menina. Não de despedida, pois querendo ou não, te levo comigo pelo país todo.

Um comentário:

Anônimo disse...

mistura fina