segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Horizonte

O seu corpo tem uma beleza que não se encontra nas academias de ginástica, nem nas capas de revista. O seu pai não exitaria em dizer sem pudores que ela não é nenhum padrão de beleza.

Mas ela encanta pela pele morena, pela carne macia e o cheiro marcante. Quando está alegre, o brilho que irradia nasce no seu olhar, mas se espalha por todo o seu corpo.

O corpo do seu amante é branco como a lua em certos períodos e todo pontuado por sinais ou pintas. Ele tem ombros largos e braços que cobrem a sua amada por inteiro. As marcas que pontuam o seu corpo formam perfeitas constelações.

Quando ela se deita, o seu corpo é como o mar, fluido e suave, mas em atividade intensa. Ela ofega e chama para si o corpo dele, que a envolve toda, como o céu estrelado. O céu iluminado por uma lua pálida, essa clareza percorrendo cada ondulação do mar abaixo de si.

Para quem visse a distância, não seria possível distinguir no horizonte da noite os limites entre céu e mar. Somente eles se reconhecem ao se misturarem, ele explora cada ondulação que vibra abaixo enquanto ela é acariciada pelo véu estrelado que nada deixa de fora.

De acordo com os ciclos da lua, ela se exalta ou se retrai, cobrando do véu estrelado acima que se manifeste mais, que dê provas da sua devoção e da sua cumplicidade. As primeiras oscilações da maré levaram a tempestades repentinas e o clima tempestuoso fez com que o céu pesasse desconfortável sobre o intenso movimento da maré.

Mas conforme as estações se repetem e as turbulências e retraimentos vão e vêm, os elementos encontram a sua harmonia no desejo de cada encontro.

2 comentários:

Caldinas disse...

Primeira dica de layout: letra amarela com fundo branco não combinam, a leitura fica difícil. Essa observação é em relação ao título e do blog.

Anônimo disse...

Adorei seus textos!